Os trilhos dos trens da Central hoje assistem
a
morte movendo-se através dos corpos ressequidos de meninos,
Velhos
que não amadurecerão.
Serão a sombra súbita de uma ação fria, tensa e silenciosa
Entre
a pedra, o cachimbo e o fogo.
O
escuro que os abriga aviva
memórias de um porão sujo
Onde
escravos contavam os dias de seu ocaso.
A
mente é agora a escrava de um prazer repentino
Seguido
e antecedido de um vazio.
Não
há tempo para esses meninos,
Sequer
há meninos.
Os
trilhos de trens da Central
Assistem
sem surpresa ou espanto
Um
nova infância
Que
não aprendeu a imaginar, nem a esperar.
Deitada
sobre a ferragem
A
lembrança infame desses meninos
Esquece-se
como aos trens que deixaram de passar,
Mas
ainda se expressam em sua ausência.