Com a instauração do urbano como distribuição do espaço-tempo,
o quarto da casa passa a ser para o poeta aquilo que antes a montanha ou a falésia,
onde o olhar pesado e suicida se precipita,
tornava possível a paisagem da escrita.
As sombras em um quarto,
então,
devém ar comprimido e puro,
o acontecimento,
este raio raro de silêncio-solidão.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Para Benedito João de Santo Silva
Com Itamar
Aprendi a correr três caminhos:
A pedra,
O mar,
A assunção.
Disse ele num sonho obtuso e canhestro:
Amo todos os três,
cada voz e cada vez.
E que tudo mais vá pro beleléu!
Aprendi a correr três caminhos:
A pedra,
O mar,
A assunção.
Disse ele num sonho obtuso e canhestro:
Amo todos os três,
cada voz e cada vez.
E que tudo mais vá pro beleléu!
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Pensar é fome.
Na fome é o ritmo, o suspiro e o respiro tenso, o que e como como.
No respiro, vai do tempo algo que morre.
Vivo essa morte.
É não dormir durante o sono,
e ver espalhar-se o esquecer,
qual menino entre as peças ínfimas do jogo.
As quantidades de coisas que ficaram por experimentar....
Tocar membranas que se desmembram,
e permanecem membranas.
Passam poesias
pelo ralo de um refrão.
Pra sentir seu escôo,
atenção.
Poetas suicidam-se na gente.
(o pó, as doenças, os prêmios sem valor)
mesmo assim, isso não pára.
Decorar por hora verso invisível,
arrancá-lo do colo da mãe,
biblioteca morta,
num abrir e fechar de livros.
Pra não ser entendido
e entender.
Um furo afinado na Palavra,
uma pequena pólvora.
Fogo e fricção,
continuamente..
Ver e viver
e ver viver
e viver ver.
No assomo, o sentido de eternidade,
No átimo, de velocidade.
Inscrever-se fora de si.
Trazer o tempo pra perto,
fazê-lo de armário limpo
para empilhar coisas fora do hábito.
Demolir algumas vozes na memória
para fabricar um ouvido novo
a cada voz,
a cada vez.
Na fome é o ritmo, o suspiro e o respiro tenso, o que e como como.
No respiro, vai do tempo algo que morre.
Vivo essa morte.
É não dormir durante o sono,
e ver espalhar-se o esquecer,
qual menino entre as peças ínfimas do jogo.
As quantidades de coisas que ficaram por experimentar....
Tocar membranas que se desmembram,
e permanecem membranas.
Passam poesias
pelo ralo de um refrão.
Pra sentir seu escôo,
atenção.
Poetas suicidam-se na gente.
(o pó, as doenças, os prêmios sem valor)
mesmo assim, isso não pára.
Decorar por hora verso invisível,
arrancá-lo do colo da mãe,
biblioteca morta,
num abrir e fechar de livros.
Pra não ser entendido
e entender.
Um furo afinado na Palavra,
uma pequena pólvora.
Fogo e fricção,
continuamente..
Ver e viver
e ver viver
e viver ver.
No assomo, o sentido de eternidade,
No átimo, de velocidade.
Inscrever-se fora de si.
Trazer o tempo pra perto,
fazê-lo de armário limpo
para empilhar coisas fora do hábito.
Demolir algumas vozes na memória
para fabricar um ouvido novo
a cada voz,
a cada vez.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
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