quinta-feira, 27 de outubro de 2011
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
terça-feira, 4 de outubro de 2011
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Isso
Com a instauração do urbano como distribuição do espaço-tempo,
o quarto da casa passa a ser para o poeta aquilo que antes a montanha ou a falésia,
onde o olhar pesado e suicida se precipita,
tornava possível a paisagem da escrita.
As sombras em um quarto,
então,
devém ar comprimido e puro,
o acontecimento,
este raio raro de silêncio-solidão.
o quarto da casa passa a ser para o poeta aquilo que antes a montanha ou a falésia,
onde o olhar pesado e suicida se precipita,
tornava possível a paisagem da escrita.
As sombras em um quarto,
então,
devém ar comprimido e puro,
o acontecimento,
este raio raro de silêncio-solidão.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Para Benedito João de Santo Silva
Com Itamar
Aprendi a correr três caminhos:
A pedra,
O mar,
A assunção.
Disse ele num sonho obtuso e canhestro:
Amo todos os três,
cada voz e cada vez.
E que tudo mais vá pro beleléu!
Aprendi a correr três caminhos:
A pedra,
O mar,
A assunção.
Disse ele num sonho obtuso e canhestro:
Amo todos os três,
cada voz e cada vez.
E que tudo mais vá pro beleléu!
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Pensar é fome.
Na fome é o ritmo, o suspiro e o respiro tenso, o que e como como.
No respiro, vai do tempo algo que morre.
Vivo essa morte.
É não dormir durante o sono,
e ver espalhar-se o esquecer,
qual menino entre as peças ínfimas do jogo.
As quantidades de coisas que ficaram por experimentar....
Tocar membranas que se desmembram,
e permanecem membranas.
Passam poesias
pelo ralo de um refrão.
Pra sentir seu escôo,
atenção.
Poetas suicidam-se na gente.
(o pó, as doenças, os prêmios sem valor)
mesmo assim, isso não pára.
Decorar por hora verso invisível,
arrancá-lo do colo da mãe,
biblioteca morta,
num abrir e fechar de livros.
Pra não ser entendido
e entender.
Um furo afinado na Palavra,
uma pequena pólvora.
Fogo e fricção,
continuamente..
Ver e viver
e ver viver
e viver ver.
No assomo, o sentido de eternidade,
No átimo, de velocidade.
Inscrever-se fora de si.
Trazer o tempo pra perto,
fazê-lo de armário limpo
para empilhar coisas fora do hábito.
Demolir algumas vozes na memória
para fabricar um ouvido novo
a cada voz,
a cada vez.
Na fome é o ritmo, o suspiro e o respiro tenso, o que e como como.
No respiro, vai do tempo algo que morre.
Vivo essa morte.
É não dormir durante o sono,
e ver espalhar-se o esquecer,
qual menino entre as peças ínfimas do jogo.
As quantidades de coisas que ficaram por experimentar....
Tocar membranas que se desmembram,
e permanecem membranas.
Passam poesias
pelo ralo de um refrão.
Pra sentir seu escôo,
atenção.
Poetas suicidam-se na gente.
(o pó, as doenças, os prêmios sem valor)
mesmo assim, isso não pára.
Decorar por hora verso invisível,
arrancá-lo do colo da mãe,
biblioteca morta,
num abrir e fechar de livros.
Pra não ser entendido
e entender.
Um furo afinado na Palavra,
uma pequena pólvora.
Fogo e fricção,
continuamente..
Ver e viver
e ver viver
e viver ver.
No assomo, o sentido de eternidade,
No átimo, de velocidade.
Inscrever-se fora de si.
Trazer o tempo pra perto,
fazê-lo de armário limpo
para empilhar coisas fora do hábito.
Demolir algumas vozes na memória
para fabricar um ouvido novo
a cada voz,
a cada vez.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
sexta-feira, 1 de julho de 2011
De riso e rosa (samba estudando tom zé)
Tenho o que preciso pra acabar com o juízo.
Tenho o que preciso
E piso,
Deslizo meu riso,
Grito meu aviso:
Odeio o juízo!
A loucura tanto bate até que fura
A pedra da convicção.
A loucura tanto bate até que fura
Tua dura razão!
E a razão é rasinha, amor!
Rasinha, é raiz morta.
A razão é rasinha, amor,
De riso e rosa.
Tenho o que preciso pra acabar com o juízo.
Tenho o que preciso
E piso,
Deslizo meu riso,
Grito meu aviso:
Odeio o juízo!
Tenho o que preciso
E piso,
Deslizo meu riso,
Grito meu aviso:
Odeio o juízo!
A loucura tanto bate até que fura
A pedra da convicção.
A loucura tanto bate até que fura
Tua dura razão!
E a razão é rasinha, amor!
Rasinha, é raiz morta.
A razão é rasinha, amor,
De riso e rosa.
Tenho o que preciso pra acabar com o juízo.
Tenho o que preciso
E piso,
Deslizo meu riso,
Grito meu aviso:
Odeio o juízo!
Toada do Amor (baião do ciúme)
Ela perdeu a luz
e eu fiquei a ver avencas vazias.
No sertão, até a terra reluz,
menos ela.
No meio de mim, um i.
No meio de nós, um o.
No meio de ti, um hiato baldio,
Vazio a me abandonar.
(Ê ê, mulher rendeira
que arrendou meu bem querer,
Não me ensine a fazer renda,
Namorar me faz sofrer.)
e eu fiquei a ver avencas vazias.
No sertão, até a terra reluz,
menos ela.
No meio de mim, um i.
No meio de nós, um o.
No meio de ti, um hiato baldio,
Vazio a me abandonar.
(Ê ê, mulher rendeira
que arrendou meu bem querer,
Não me ensine a fazer renda,
Namorar me faz sofrer.)
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Arte de amargar bestas
A besta chegou.
Ela não era aquilo que o sacerdote esperava.
(Ser sacerdote é saber dominar a ânsia,
ser artista em esperar).
A besta era realmente algo de se esperar,
Porque era bela.
Coisa que raramente aparece e se parece com vida.
Passava por entre qualquer definição,
Roubava-se de tudo,
Era um conjunto de fluxos banhando tubos larguíssimos no interior das veias,
Vazavam pelas mãos duras como a areia mais fina.
A besta era sem nome,
Sem gênero,
Sem idade,
Sem cor,
Sem humanidade.
E era linda, relampejando-se em signos
Porque a besta falava
Entrecortada pela luz do sol.
Os sacerdotes não tinham mais o alto do cume,
nada que esperar:
A besta, o dragão, o cristo, o deus, a vida estavam ali: nenhum e todos.
Houve mudança imediata nos códigos da Verdade eterna.
A virtude de esperar foi substituída pela arte de amargar as bestas.
Torná-las o último grande horror.
(O limite do horror já foi vivido infinitas vezes)
Sacerdotes do último horror!
Mas bestas são absolutas
E matam aos poucos
Armadas de desprezo e riso
O mórbido pastoril
Ela não era aquilo que o sacerdote esperava.
(Ser sacerdote é saber dominar a ânsia,
ser artista em esperar).
A besta era realmente algo de se esperar,
Porque era bela.
Coisa que raramente aparece e se parece com vida.
Passava por entre qualquer definição,
Roubava-se de tudo,
Era um conjunto de fluxos banhando tubos larguíssimos no interior das veias,
Vazavam pelas mãos duras como a areia mais fina.
A besta era sem nome,
Sem gênero,
Sem idade,
Sem cor,
Sem humanidade.
E era linda, relampejando-se em signos
Porque a besta falava
Entrecortada pela luz do sol.
Os sacerdotes não tinham mais o alto do cume,
nada que esperar:
A besta, o dragão, o cristo, o deus, a vida estavam ali: nenhum e todos.
Houve mudança imediata nos códigos da Verdade eterna.
A virtude de esperar foi substituída pela arte de amargar as bestas.
Torná-las o último grande horror.
(O limite do horror já foi vivido infinitas vezes)
Sacerdotes do último horror!
Mas bestas são absolutas
E matam aos poucos
Armadas de desprezo e riso
O mórbido pastoril
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
para dox para dor
Um homem com uma dor
É muito mais elegante
Caminha assim de lado
Com se chegando atrasado
Chegasse mais adiante
...
(errando em leminski,
enquanto a amigdalite
me entorta para a direita...)
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Presente do futuro
Minha mão apunhala teu sonho nu
Teu nado seco no tatame
Lago verde do sono
Clamo e reclamas
Minha mão amalgamada
À fina malha de teu colo
Sensação que sou
Fllho do bode
Da conceição entre luz e carbono
Passo, pasto e prosto
Sobre o solo de teu corpo
Apolo
Teu nado seco no tatame
Lago verde do sono
Clamo e reclamas
Minha mão amalgamada
À fina malha de teu colo
Sensação que sou
Fllho do bode
Da conceição entre luz e carbono
Passo, pasto e prosto
Sobre o solo de teu corpo
Apolo
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